OS INVERTEBRADOS

Topo da Página

borbo083

O Reino dos Animais: Invertebrados
Características principais

O grupo dos invertebrados inclui 97% de toda a espécie animal, exceto o dos vertebrados (peixes, répteis, anfíbios, pássaros e mamíferos).

Uma característica comum a todos os invertebrados é a ausência da espinha dorsal. Como exemplo, podemos citar as esponjas (que apesar de nem sempre se enquadrarem nesta categoria, continuam a fazer parte deste grupo).
Além da ausência de espinha dorsal, há ainda outras características comuns a estes seres, como:

• formação multicelular (grupos diferentes de células compõem este organismo)
• ausência de parede celular (pois são formados por célula animal)
• com exceção das esponjas, possuem tecidos como resultado de sua organização celular
• sua reprodução geralmente é sexuada (gametas masculinos e femininos se combinam para formar um novo organismo)


De forma geral, podemos dizer que a grande maioria dos invertebrados é capaz de se locomover. Contudo, as esponjas somente realizam esta tarefa quando elas ainda são bem jovens e pequenas. Já as lagostas e os insetos são capazes de se movimentar durante toda sua existência.

Diferentemente dos vegetais (que produzem sua própria energia através da fotossíntese), os invertebrados necessitam extrair a energia necessária para sua sobrevivência através de outros seres. Para isso, eles se alimentam de seres autótrofos (vegetais) e heterótrofos (animais).

Os seres desse reino podem ser aquáticos ou terrestres. São muito diversificados quanto à forma, ao tamanho, aos hábitos alimentares, etc.

Eles foram agrupados em diversos filos. Os principais são: poríferos, celenterados, platelmintos, nematelmintos, anelídeos, moluscos, artrópodes e equinodermos.
borbo102
Poríferos e celenterados: animais "primitivos"
Platelmintos, nematelmintos e anelídeos: vermes
Moluscos: animais de corpo mole e protegido por concha
Artrópodes: insetos e crustáceos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes
Equinodermos: animais marinhos de corpo espinhoso


Alguns Invertebrados Marinhos

Ao grupo dos invertebrados pertencem 95% das espécies animais descritas, ou seja, mais de 1 milhão de espécies diferentes, que se adaptaram a todos os ambientes existentes na Terra.

Por definição invertebrados são todos os animais (excepto os Protozoários) que não possuem coluna vertebral. A este grupo pertencem 95% das espécies animais descritas, ou seja mais de 1 milhão de espécies diferentes, que se adaptaram a todos os ambientes existentes na Terra. Contudo a maioria das espécies descritas são insectos (ca. de 850 mil espécies diferentes) que, apesar de terem um enorme sucesso em terra, praticamente não existem no mar.

Os invertebrados integram uma grande variedade de animais pluricelulares, que vão desde as esponjas, corais, anelídeos (minhocas), moluscos (por exemplo, búzios e lulas), artrópodes (ex. aranhas, lagostas e insectos) a equinodermes (ex. ouriços-do-mar). Dada a vastidão do tema, iremos falar-vos apenas de alguns dos invertebrados marinhos dos Açores já estudados no DOP e tentar mostrar algumas características que os tornam tão atractivos e ao mesmo tempo tão diferentes.

Esponjas

As esponjas (Filo Porifera) são os animais multicelulares mais primitivos, e inicialmente Aristóteles identificou-as como plantas. A natureza animal das esponjas foi descoberta em 1765 quando se observou que estes organismos possuem fluxos de água internos. O corpo destes animais é micro-perfurado por onde entra a água, que é exalada por uma ou mais aberturas maiores (estas últimas visíveis a olho nu). Este fluxo de água serve para que o animal se alimente das partículas em suspensão.

Para manterem a sua forma, as esponjas possuem um tipo de "esqueleto interno" constituído por espículas (pequenas estruturas com as mais variadas formas) que podem ser calcárias, de silício ou uma rede de fibras de espongina ou ainda uma combinação das anteriores. As mais conhecidas são as que possuem fibra de espongina porque são utilizadas como esponjas tradicionais para o banho. Os indivíduos da mesma espécie podem ter várias cores (Clathrina coriacea), e existem esponjas com formas para todos os gostos (uma forma diferente do exemplo anterior é a espécie Ciocalypta penicillus).


Clathrina coriacea - F Cardigos ImagDOP

Águas-vivas, corais e anémonas

Todos estes animais pertencem ao Filo Cnidaria, cujos membros são caracterizados por possuírem células urticantes especializadas (cnidoblastos). Os cnidoblástos são utilizados, como se fosse algo entre um arpão e uma agulha, para caçarem as presas paralizando-as (há muito que a caça submarina com arpão foi inventada).

O corpo destes animais é muito simples (não possuem sistema circulatório ou excretor) e tem a forma de um saco composto por duas camadas de células (endoderme – interna e ectoderme – externa) separadas por uma camada gelatinosa (mesogleia).

Águas-vivas (alforrecas e medusas)

As medusas representam a fase de vida livre dos cnidários, fazendo lembrar seres alienígenas. O corpo de algumas espécies é constituído em mais de 90% por água, o que confere a transparência característica destes organismos. Dois exemplos são a água-viva Pelagia noctiluca e a caravela-portuguesa Physalia physalis (embora esta seja uma falsa medusa), ambas são perigosas por as células urticantes poderem causar ferimentos mais ou menos graves.


Pelagia noctiluca - R Patzner ImagDOP


Physalia physalis - RS Santos ImagDOP

Corais e anémonas

Ao ouvirmos falar em corais lembramo-nos dos mares tropicais com grandes barreiras destes animais. Nos Açores isso não acontece, no entanto é possível encontrar algumas espécies menos vistosas do que as que formam as barreiras. As anémonas não possuem fase medusa e são animais facilmente vistos durante a maré baixa (Actinia equina) ou mais dificilmente a bela Alicia mirabilis que durante o dia encontra-se recolhida, para à noite, enquanto se alimenta, mostrar toda a sua beleza.


Alicia mirabilis - F Cardigos ImagDOP

Moluscos

Este Filo é o segundo maior do Reino Animal, sendo apenas ultrapassado pelo dos artrópodes. Nele se incluem animais com as mais variadas formas (polvos, lulas, lapas, búzios, nudibrânquios e amêijoas). Os animais deste filo estão adaptados a todos os ambientes marinhos, e o corpo é constituído por quatro partes (cabeça, pé, manto e saco visceral) que podem, na maioria dos casos, ser facilmente distinguidas.

Gastrópodes

O corpo é constituído por uma cabeça bem desenvolvida e um pé largo, e o animal pode ou não possuir uma única concha. Devido à beleza das suas conchas, existe um grande interesse por estes animais por parte de coleccionadores. A esta classe pertencem organismos como as lapas (Patella spp.), os búzios (Charonia lampas), as vinagreiras e os nudibrânquios (Tambja ceutae).


Pattella ulyssiponensis aspera - RS Santos ImagDOP


Tambja ceutae - R Patzner ImagDOP

Bivalves

São animais filtradores (alimentam-se filtrando a água) que possuem o corpo protegido por uma concha formada por duas valvas (direita e esquerda) quase sempre simétricas unidas por um ligamento e uma charneira. A este grupo pertencem as ostras, as ameijoas e os mexilhões. As conchas podem ter as mais variadas formas, ser maciças e fortes (ex. Pinna rudis) ou finas e delicadas.

Cefalópodes

São considerados os moluscos mais evoluídos. A sua forma pode ser cilíndrica em forma de saco. O pé subdividiu-se em braços e tentáculos (10 para as lulas e chocos e 8 para os polvos) providos de ventosas. Podem ou não possuir uma concha e esta é geralmente interna. No mar dos Açores existem cefalópodes desde algumas gramas até às centenas de quilos (lulas e polvos de profundidade), mas aquele que mais frequentemente se encontram nas zonas litorais (junto à costa) é o polvo-comum (Octopus vulgaris).


Octopus vulgaris - RS Santos ImagDOP

Crustáceos

Os crustáceos fazem parte dos artrópodes que é o maior Filo Animal. À classe dos crustáceos pertencem, por exemplo, os perceves, as cracas, os caranguejos, os camarões, as lagostas e os cavacos. Estes animais caracterizam-se por possuirem o corpo coberto por um exoesqueleto quitinoso rígido, com apêndices articulados pares e por apresentarem um sistema nervoso bem desenvolvido.

Cirrípedes

São animais sésseis, e a esta subclasse pertencem as cracas (Megabalanus azoricus) e perceves, quando adultos têm o exoesqueleto calcificado composto por várias placas. A espécie Megabalanus azoricus deve o seu nome ao facto de ter sido originalmente descrita para os Açores. Posteriormente foi identificada noutros locais como, por exemplo, no Arquipélago da Madeira.


Megabalanus azoricus - RS Santos ImagDOP

Decápodes

Os decápodes possuem a cabeça e o tórax fundidos (carapaça), mas o abdómen é bem definido. A esta ordem pertencem as lagostas, os cavacos (Scyllarides latus), caranguejos, como as santolas e as sapateiras, e as inúmeras espécies de camarões.


Scyllarides latus - J Fontes ImagDOP

Equinodermes

Os equinodermes são exclusivamente marinhos constituindo o grupo de invertebrados mais aparentados com os cordado. O corpo pode ser globular, como nos ouriços-do-mar, ou possuir extremidades mais ou menos bem definidas, como nas estrelas-do-mar.

Estrelas-do-mar

Possuem o corpo achatado e normalmente têm 5 braços formando, como o próprio nome indica, uma estrela (ex. Ophidiaster ophidianus). Não é difícil encontrar estrelas-do-mar sem um ou mais braços, que são mais tarde regenerados. A perda dos braços é, normalmente, causada por predação de outras espécies que se alimentam de estrelas (ex. búzio - Charonia lampas).


Ophidiaster ophidianus - J Gonçalves ImagDOP


Charonia lampas preda Ophidiaster ophidianos - F Cardigos ImagDOP

Ouriços-do-mar

Os ouriços-do-mar (ex. Sphaerechinus granularis) possuem um esqueleto calcário (carapaça) que pode ser esférico ou apresentar uma forma mais complexa. Possuem numerosos espinhos externos (daí a origem do nome comum) que os protegem dos predadores e que podem ser mais ou menos longos.


Sphaerechinus granularis - J Gonçalves ImagDOP

Holotúrias ou pepinos-do-mar

São equinodermes que não possuem espinhos e têm uma forma tubular, podendo ser encontradas em quase todos os tipos de fundo. Algumas espécies, quando são perturbadas, ejectam uma massa filamentosa denominada por "tubos de Cuvier", e há espécies que, quando muito perturbadas ou sob grande stress, ejectam mesmo os intestinos. Uma das espécies mais frequente nos Açores é a Holothuria forskali.


Holothuria forskali
- J Fontes ImagDOP

Ascídias (tunicados)

Os animais pertencentes à classe Ascideacea fazem parte do Filo Chordata (animais que possuem um cordão dorsal - notocorda). As ascídias possuem notocorda apenas na fase larvar. A este Filo também pertencem os peixes, no entanto as ascídias são colocadas no grupo dos invertebrados por não possuírem coluna vertebral.

As ascídias são animais sésseis no estado adulto, e vivem fixos às rochas ou a outros organismos. Estes animais, que vivem isolados ou em colónias, têm o corpo rodeado por uma túnica gelatinosa. Estes animais são hermafroditas, e alimentam-se das partículas em suspensão que capturam com as brânquias no fluxo de água que geram internamente. As espécies Distaplia corolla e Clavelina lepadiformis são fáceis de encontrar junto aos portos dos Açores, principalmente dos que possuem marinas. Existem evidências de que estas espécies foram acidentalmente introduzidas, chegando ao arquipélago fixas aos cascos dos barcos ou no lastro de navios.


Distaplia corola - F Cardigos ImagDOP


Clavelina lepadiformis - RS Santos ImagDOP

StumbleDiggTechnoratiRedditDelicious

Comentários