ANIMAIS POLARES

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O urso-polar (Ursus maritimus), também conhecido como urso-branco, é um mamíferoUrsídeos, típico e nativo da região do Ártico e atualmente um dos maiores carnívoros terrestres conhecidos. Dentre todos os ursos, este é o que mais se alimenta de carne. membro da família dos

Urso-polar

Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Ursidae
Género: Ursus
Espécie: U. maritimus
Nome binomial
Ursus maritimus
Phipps, 1774
Distribuição geográfica
Distribuição do urso-polar.
Distribuição do urso-polar.

Fáceis de tratar, são um dos animais mais populares nos jardins zoológicos. O rei Ptolomeu II do Egito (285-246 a.C.) tinha um exemplar em seu zoológico, em Alexandria. O primeiro zoológico americano, inaugurado na Filadélfia1859 tinha um urso-polar como uma de suas atrações. em

Classificação

Phipps (1774) foi o primeiro a descrever este animal como sendo uma espécie distinta: Thalarctos maritimus (Phipps, 1774). Outros nomes genéricos foram depois propostos tais como Thalassarctos, Thalarctos e também Thalatarctos. Tendo como base factos relativos ao cruzamento de ursos-pardos com ursos-polares, em jardins zoológicos, foi estabelecido oo nome foi cavalinho de infias sakas ) maritimus para esta espécie. Mais tarde, devido a interpretações paleontológicas e evolutivas, foi proposto por Kurtén (1964), a integração de Phipps (1774), como a autoridade da espécie. Finalmente, o nome Ursus maritimus passou a ser utilizado até aos nossos dias, devido a promoção feita por Harrington (1966), Manning (1971) e Wilson (1976) [1].

Acredita-se que os procionídeos e os ursídeos se ramificaram há cerca de 30 milhões de anos. O urso-de-óculos formou um ramo a parte em torno de 13 milhões de anos atrás. As seis espécies atuais do gênero Ursus se originaram há estimados 6 milhões de anos. O urso-pardodentes molares típicos do urso-pardo se deu há 10 ou 20 mil anos. O fato de gerar híbridos férteis pode levar à conclusão que o urso-polar é uma subespécie do urso-pardo. e o urso-polar divergiram de um ancestral comum há cerca de 2 milhões de anos e o cruzamento entre as duas espécies gera descendentes férteis. A perda de

A maioria dos cientistas não reconhece subespécies de urso-polar [2]. O IUCN/SSC Polar Bear Specialist GroupPredefinição:QuemAlaska ocidental; Mar de Beaufort; Arquipélago Ártico Canadense; Groenlândia; Terra de Spitzbergen-Franz Josef; e Sibéria. Algumas fontesPredefinição:Quem consideram haver duas subespécies: Ursus maritimus maritimus e Ursus maritimus marinus. (PBSG) contabiliza 20 grupos populacionais, enquanto outros cientistas apontam seis grupos: Mar de Chukchi, Ilha de Wrangel Island e

Aparência

Os machos desta espécie têm cerca de 300 a 400 kg, mas podem atingir 700 kg e medem até 3,00 m. As fêmeas são em média bem menores, com 200 a 300 kg de massa e 2,10 m de comprimento. Ao nascer o filhote tem 0,6 a 0,7 kg. A camada de gordura subcutânea pode chegar a uma espessura de 15 cm.

Todo o seu corpo é adaptado para melhor desempenho na água e para o frio. Tanto as orelhas quantos os olhos são pequenos e arredondados. As patas dianteiras são largas para facilitar o nado e o mergulho e as patas posteriores têm 5 dedos. O crânio e o pescoço são alongados. Não há boça sobre os ombros. Todas essas adaptações proporcionam-lhes um maior hidrodinamismo que facilita a natação. A pele e o focinho são pretos. As solas dos pés têm papilas e vacúolos que auxiliam a caminhada sobre o gelo.

A pelagem dos ursos-polares é branca e cobre todo o corpo, inclusive a planta das patas, como isolamento do frio. É composta por uma densa camada de subpelo (cerca de 5 cm de comprimento) e uma camada de pêlos externos (15 cm). O fio individual é trasparente e oco, mas não apresenta propriedades de fibra óptica, como afirma uma lenda urbana. No verão a pelagem se torna amarelada, talvez devido à oxidação produzida pelo sol. Ao contrário dos demais mamíferos árticos, os ursos-polares não sofrem processo de muda sazonal. Os pêlos nas solas das patas são duros e proporcionam excelente isolamento térmico e tração sobre a neve. O isolamento térmico proporcionado pela pelagem geral é tão eficiente que torna o animal praticamente invisível a detectores infravermelhos. Acima de 10°C, contudo, isto pode levar ao sobre-aquecimento do animal. Outra característica de sua pelagem é não refletir a luz ultravioleta.

Alguns animais cativos, expostos a climas quentes e úmidos, desenvolvem uma cor verde graças a algas que crescem em seus pêlos ocos. Tais algas não são nocivas ao animal e são eliminadas com banhos de água oxigenada ou sal.

Distribuição

Uma fêmea e um filhote em Svalbard, território da Noruega.

O urso-polar é um animal do hemisfério norte que habita o círculo polar ártico. Ele pode ser encontrado no Alasca, no Canadá, na Groenlândia, na Rússia e no arquipélago norueguês de Svalbard. O habitat natural do animal é a camada fina de gelo, onde lhe é possível caçar focas. Ele é perfeitamente apto à vida no gelo, sendo encontrado durante o inverno nos mares congelados de Chukchi e Beaufort ao norte do Alasca, mares Siberiano Oriental, de Laptev e de Kara na Rússia e no mar de Barents ao norte da Europa. São comuns também na porção norte do mar da Groenlândia, na baía de Baffin e em todo o arquipélago Ártico Canadense. Apesar de seus números diminuírem a partir do paralelo 88°, os ursos-polares podem ser encontrados virtualmente em todo o Ártico.

Hábitos

Dois ursos-polares se enfrentando. As lutas geralmente são encenadas.

Esta espécie concentra-se junto à costa uma vez que depende das águas para encontrar as suas presas. Os ursos-polares são excelentes nadadores e podem percorrer até 80 km sem descanso. Alguns animais migram desta forma do Norte para o Sul seguindo as margens das geleiras mas podem deslocar-se também por terra firme. O urso-polar é um animal de hábitos diurnos e caráter solitário, que não forma outros laços familiares que não seja entre fêmeas e suas crias.

Os machos adultos, como todos os outros ursos, podem atacar e matar filhotes. As fêmeas os defendem mesmo um macho medindo em média o dobro de seu tamanho. Aos seis meses de idade, um filhote é capaz de fugir correndo de um adulto.

Os territórios, muitas vezes enormes, não são defendidos. Apesar de não serem sociais, os ursos são capazes, contudo, de dividir uma carcaça de baleia sem maiores conflitos.

Devido à abundância de comida mesmo durante o inverno, o urso-polar não hiberna no sentido estrito da palavra. Ele entra em um estado de dormência, no qual sua temperatura corpórea não cai, passando a subsistir de suas reservas de gordura corporal.

Os ursos-polares são animais muito preocupados com a própria higiene. Após cada refeição, eles dedicam cerca de 15 minutos para eliminar a sujeira. Para se limpar eles usam as patas, a língua, água ou neve. Isto se deve ao fato de que a sujeira interfere com a capacidade de isolamento térmico da pelagem.

Reprodução

Uma mãe e seus dois filhotes.

Os ursos-polares acasalam entre os meses de março e junho, com implantação diferida dos óvulos fecundados, de modo que o período de gestação se torna muito longo, entre 200 a 265 dias, variando de acordo com as condições ambientais.

As crias nascem entre novembro e janeiro, no abrigo invernal construído pela fêmea, e não se separam da mãe até completarem dois anos de idade. Nascem cegas e pesando muito pouco em relação ao peso adulto, sendo um dos filhotes menos desenvolvidos dos mamíferos eutérios.

Filhotes de urso-polar.

As fêmeas têm quatro mamas funcionais ao passo que as outras ursas apresentam seis. Podem gerar até quatro filhotes por gestação, ainda que a média seja de duas crias.

As fêmeas estão aptas à reprodução uma vez a cada três anos, sendo um dos mamíferos com menor capacidade reprodutiva. É esperado que a ursa-polar tenha apenas cinco ninhadas em sua vida.

Atingem a maturidade sexual entre os 4 e 6 anos e em condições naturais, vivem em média de 15 a 18 anos. Alguns animais selvagens marcados tinham um pouco mais de 30 anos. Um espécime do zôo de Londres morreu aos 41 anos.

Dieta

De todos os ursos, o urso-polar é o que mais restritamente carnívoro. A dentição lembra mais a de carnívoros aquáticos do que outros ursos. Sua principal presa é a foca (em especial a foca-anelada), a qual tenta capturar quando estas emergem em buracos no gelo para respirar. Sua taxa de sucesso, contudo, é baixa. Só 5% das tentativas são exitosas. Um urso experiente captura uma foca a cada cinco dias, o que lhe proporciona energia suficiente por 11 dias. Além do método de tocaia, o urso-polar emprega também o método de perseguição para caçar, aproximando muito lentamente da vítima e disparando nos 15 m finais, a uma velocidade de até 55 km/h.

Um urso busca comida em uma praia rochosa.

Alimenta-se também de aves, roedores, moluscos, caranguejos, morsas e belugas. Ocasionalmente caça bois-almiscarados e até mesmo, ainda que raro, outro urso-polar.

Oportunista, a espécie pode comer carniça (como baleias encalhadas) e materia vegetal, como raízes e bagas no final do verão. No depósito de lixo em Churchill, Manitoba, foram observados comendo, entre outras coisas, graxa e óleo de motor.

O urso-polar é um nadador e um corredor capaz, o que o torna um caçador eficiente tanto na água quanto na terra firme.

Esta espécie é extremamente perigosa para o homem, que encara como presa, especialmente se não houver abundância dos seus alimentos habituais. Na Ilha de Baffin, por exemplo, os geólogos fazem trabalho de campo armados de caçadeiras como medida de protecção contra os ursos-polares.

Ao contrário da crença disseminada, nunca foi observado que o urso-polar, em busca da camuflagem perfeita, esconda o focinho quando está caçando.

Conservação

Selo russo de 1987 com símbolo da WWF.

O urso-polar é citado pela CITES sob baixo risco de extinção. Contudo alguns fatores podem mudar esta situação para pior.

O encolhimento das camadas de gelo e o prolongamento do verão vêm obrigando os ursos-polares a buscar comida em lugares habitados, colocando a espécie em conflito com o homem. Em 2005, testemunhas afirmaram ter visto um total de cerca de 40 ursos nadando centenas de quilômetros em busca de alguma camada de gelo flutuante à qual pudessem subir. Viram-se pelo menos quatro corpos de ursos flutuando até 260 km de distância do gelo ou terra firme.[carece de fontes?]

Os povos indígenas do Ártico caçam o urso por sua gordura e pele. O Canadá permite a estrangeiros caçar, desde que guiados por um inuit em seus trenós de cães. Apesar de florescente no século passado, esse tipo de atividade mostra-se estar em declínio atualmente. O interesse por tapetes de urso diminuiu, assim como seus preços. Uma pele que era vendida por 3.000 dólares atinge hoje o preço máximo de 500 dólares.

Um urso-polar no zoológico.

Atividades humanas como exploração de gás e petróleo, turismo, pesquisa científica e esportes na neve perturbam o animal em seu ambiente.

Poluição ambiental é outra ameaça. Estando no topo da cadeia alimentar, o urso-polar concentra substâncias tóxicas em seu organismo. A quantidade de metais pesados e hidrocarbonos clorados tem se mostrado em curva ascendente em amostras de tecidos.

Derramamentos de óleo também afetam os ursos-polares. O óleo é altamente tóxico e de lenta decomposição, sendo ingerido pelo animal quando este se alimenta ou executa seu asseio.

A população actual de ursos polares é estimada entre 22 000 e 27 000 indivíduos, 60% dos quais vivendo no Norte do Canadá.

ORCAS

(ela vive tanto no litoral quanto nos polos)

A orca (Orcinus orca) é o membro de maior porte da família Delphinidae (ordem dos cetáceos) e um predador versátil, podendo comer peixes, moluscos, aves, tartarugas, ainda que, caçando em grupo, consigam capturar presas de tamanho maior, incluindo morsas e "baleias". Apesar da designação baleia assassina, não é, na verdade, uma baleia mas sim um golfinho. O nome provém da tradução direta do inglês "killer whale" (os anglófonos designam qualquer cetáceo grande de "whale", mesmo que não seja uma baleia). Está, portanto, no topo da cadeia alimentar oceânica. Pode chegar a pesar nove toneladas. É o segundo animal de maior área de distribuição geográfica (logo a seguir ao homem), podendo encontrar-se em qualquer um dos oceanos.

Orca
Orcinus orca
Orcinus orca
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Subordem: Odontoceti
Família: Delphinidae
Género: Orcinus
Espécie: O. orca
Nome binomial
Orcinus orca
(Lineu, 1758)

Têm uma vida social complexa, baseada na formação e manutenção de grupos familiares extensos. Comunicam através de sons e costumam viajar em formações que assomam ocasionalmente à superfície. A primeira descrição da espécie foi feita por Plínio, o Velho que já a descrevia como um monstro marítimo feroz. Até hoje só houve um caso de ataque a seres humanos que foi na Malásia em 1928 a um pescador que atacou quatro desses animais que revidaram atacando o barco e matando o pescador, ainda que se saiba de alguns casos de agressões aos seus treinadores em parques temáticos. Tanto vivem no mar alto como junto ao litoral.

Denominação

O nome orca foi dado a estes animais pelos antigos romanos, em princípio, derivado da palavra grega ὄρυξ que (entre outros significados) se referia a uma espécie de baleia.

"Baleia assassina" é outro dos nomes mais vulgares. Contudo, desde a década de 1960, a comunidade científica (principalmente a anglófona) passou, de novo, a utilizar mais frequentemente "orca", que apesar de ter origem "erudita" foi rapidamente aceite pela população em geral que foi adotando cada vez mais o termo. As razões para esta mudança de nomenclatura popular também está ligada ao fato de os leigos terem começado a interessar-se mais pela espécie, aprendendo, por exemplo, que este animal não é, de fato, uma baleia, mas sim um golfinho. A palavra orca era já comum noutras línguas europeias - o aumento de pesquisas científicas sobre a espécie ajudou também a criar uma certa convergência na forma de nomear este cetáceo. Outra razão relaciona-se com o adjetivo "assassina" que parece ter implícita a ideia errónea de que seria letal para os seres humanos[1]. Orca é, quanto a isso, uma opção vocabular mais neutral.

Um grupo de orcas pode, de fato, matar uma grande baleia. Sabe-se que os marinheiros espanhóis do século XVIII designaram estes animais de asesina de ballenas por esta razão. O termo foi, depois, mal traduzido para inglês como "killer whale" - designação imprópria, mas que se tornou tão frequente que os próprios espanhóis (e portugueses) adoptaram a "retradução".

Há quem continue a preferir este nome, argumentando que descreve bem um animal predador de outros, incluindo outros cetáceos. Além do mais, esta designação não provém, provavelmente, apenas do termo utilizado pelos marinheiros espanhóis. O nome do seu género biológico,"Orcinus" significa "do Inferno" (ver Orcus) e, ainda que o termo "orca" (usado desde a antiguidade) não esteja, provavelmente relacionado etimologicamente, a assonância poderá ter levado as pessoas a pensar que significaria "baleia que traz a morte" ou "demónio do Inferno".

É interessante verificar que línguas não-europeias continuam a designar este animal com termos igualmente intimidantes. Para o povo Haida das Ilhas da Rainha Carlota ao longo da costa da Colúmbia Britânica, a orca é conhecida como skana ou "demónio assassino". Os japoneses chamam-na de shachi (鯱), cujos caracteres kanji combinam os radicais para peixetigre (虎). (魚) e

Evolução e taxonomia

A orca é a única espécie do género Orcinus e foi originalmente descrita por Lineu em 1758 no Systema Naturae[2]. É uma das trinta e cinco espécies da família dos golfinhos. Tal como o género Physeter, também com apenas uma espécie (o cachalote), o género Orcinuscladística. Os paleontólogos acreditam que a orca pode ter tido, provavelmente, um passado evolucionário anagenético; isto é, uma evolução de ancestral para descendente sem se verificar qualquer ramificação da linha genética (formação de espécies aparentadas, coexistindo no tempo). Se assim fosse, a orca passaria a ser uma das mais antigas espécies de golfinhos, ainda que seja pouco provável que seja tão antiga quanto a própria família, cujo início é datado em cerca de cinco milhões de anos. No entanto, há pelo menos três a cinco tipos de orcas que são suficientemente distinas para serem consideradas raças. subespécies, ou possivelmente mesmo espécies. Nas décadas de 1970 e 80, pesquisa ao largo da costa ocidental do Canadá e Estados Unidos identificaram três tipos: caracteriza-se por um população abundante sem parentes imediatos do ponto de vista da

  • Residentes: A mais comummente avistada das três populações na águas costeiras do Pacífico nordeste, incluindo em Puget Sound. A dieta das orcas residentes consiste principalmente de peixe e Lula e vivem em grupos familiares complexos e coesos. Os laços familiares duram a vida inteira, muitas vezes vivendo em grupos matrilineares grandes e fazendo vocalizações em dialectos muito variáveis e complexos. "A unidade básica da sociedade de orcas residentes é a mãe, todos os seus descendentes dependentes (com aproximadamente dez anos ou menos), assim como a sua descendência adulta, icluindo os filhos destes. As fêmeas podem eventualmente passar menos tempo com as suas mães, à medida que forem produzindo crias suas, mas machos residentes parecem permanecer com as suas mães as suas vidas inteiras. Deixam-nas por períodos curtos para acasalar fora do seu grupo maternal, mas coltam para as suas mães depois disso."[3] Fêmeas residentes têm caracteristicamente uma barbatana dorsal arredondada que termina num canto agudo. São conhecidas por isitar a mesmas áreas consistentemente. Nas populações residentes da Colúmbia Britânica e Washington investigadores identificaram e nomearam mais de 300 orcas ao longo dos últimos 30 anos.
  • Temporárias: A dieta destas orcas consiste quase exclusivamente de mamíferos marinhos; eles não comem peixe. No sul do Alasca viajam geralmente em pequenos grupos, normalmente de dois a seis animais. Ao contrário das residentes, não permanecem sempre nas suas unidades familiares. As unidades consistem de grupos mais pequenos com laços familiares menos permanentes e com vocalizações em dialectos menos variáveis e menos complexos. As fêmeas possuem barbatanas dorsais mais triangulares e ponteagudas do que as residentes. A área cinzenta ou branca à volta da barbatana dorsal, conhecida como "sela", muitas vezes contém alguma coloração preta nas residentes. Em populações temporárias são uniformente cinzentas. Estas populações transitam largamente ao longo da costa tendo alguns indivíduos sido avistados no sul do Alasca e mais tarde na Califórnia.
  • Offshore (população ao largo da costa): Estas baleias assassinas foram descobertas em 1988 pelo investigador Jim Darling, que avistou algumas orcas no mar aberto. Estas cruzam os oceanos e acredita-se que se alimentam primariamente de peixes em cardumes. No entanto, dada a presença de barbatanas dorsais cicatrizadas e danificadas semelhantes às presentes na caçadoras das transiuntes caçadoras de mamíferos, não se pode excluir a possibilidade de que estas comam mamíferos e tubarões. Tem sido maioritariamente encontradas ao largo da costa ocidental da Ilha Vancouver e perto das Ilhas da Rainha Carlota. Foram avistadas as viajar em grupos de 60 animais. Actualmente, sabe-se pouco sobre os hábitos desta população, mas podem ser distinguidos geneticamente de residentes e temporárias. Offshores parecem ser mais pequenas do que as residentes e as em trânsito e as fêmeas são caracterizadas pela ponta da barbatana dorsal que é arredondada.
Orcas do tipo C no Mar de Ross. A mancha ocular é inclinada para a frente.

Parece haver uma correlação entre a dieta de uma população e o seu comportamento social. Orcas piscívoras no Alasca e na Noruega foram também observadas tendo estruturas sociais semelhantes às residentes. Orcas que se alimentam de mamíferos na Argentina e Ilhas Crozet[4] Temporárias e residentes vivem nas mesmas áreas, mas tendem a evitar-se mutuamente. O nome temporária originou na crença que estas orcas tinham sido expulsas das populações residentes maiores. Julga-se que a divergência evolutiva entre estes dois grupos começou há dois milhões de anos.[5] Pesquisa genética recente descobriu que os tipos não se cruzam há até 10 000 anos.[6] Três tipos de orcas foram recentemene descritas no Antárctico. foram observadas tendo comportamento mais parecido com as temporárias.

  • O Tipo A parece uma orca "típica", vive em águas abertas e alimenta-se principalmente de baleia-minke-antártica.
  • O Tipo B é mais pequeno que o Tipo A. Tem uma mancha ocular grande e uma mancha cinzenta nas costas, chamada de "capa dorsal". Alimenta-se principalmente de [[Pinípedes

|focas]].

  • O Tipo C é o tipo mais pequeno e vive em grupos maiores do que qualquer outro tipo de orca. A sua mancha ocular está distinctamente inclinada para a frente, ao invés de paralela ao eixo do corpo. Tal como o tipo B, tem uma capa dorsal. A sua única presa observada até ao momento é o Dissostichus mawsoni (Bacalhau-do-Antárctico). Orcas do tipo B e C vivem perto da Calote polar antárctica, e a presença de diatomáceas nestas águas pode ser responsável pela cor amarelado dos dois tipos. Está a ser feita investigação no sentido de descobrir se as baleias do tipo B e C são espécies diferentes.[7][8]

Características físicas

A barbatana dorsal, maior nos machos, além do porte, ajuda a distinguir os géneros

Estes animais caracterizam-se por terem o dorso negro e a zona ventral branca. Têm ainda manchas brancas na parte lateral posterior do corpo, bem como acima e detrás dos olhos. Com um corpo pesado e entroncado, têm a maior barbatana dorsal do Reino animal, que pode medir até 1,8 metros de altura (maior e mais erecta nos machos que nas fêmeas). Os machos podem medir até 9,5 metros de comprimento e pesar até 6 toneladas; as fêmeas são menores, chegando aos 8,5 metros e 5 toneladas, respectivamente. As crias nascem com cerca de 180 kg e medem cerca de 2,4 metros de comprimento.

As orcas macho de maiores dimensões têm um aspecto distinto que não dá margem para confusões ao serem identificados. Contudo, vistas à distância em águas temperadas, as fêmeas e as crias podem confundir-se com outras espécies, como a Falsa-orca ou o Golfinho-de-Risso.

A maior parte dos dados sobre a vida das orcas foi obtida em pesquisas de longa duração com populações da costa da Columbia Britânica e de Washington, bem como pela observação de animais em cativeiro. A informação disponível sobre esta espécie é avultada e está devidamente sistematizada pelos naturalistas, o que se deve também à natureza altamente estruturada dos grupos sociais destes animais. Contudo, grupos transitórios ou residentes noutras áreas geográficas podem ter características ligeiramente diferentes. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 15 anos de idade. A partir dessa altura, têm períodos de ciclo poliestral (cio regular e contínuo) com períodos sem o ciclo estral que podem durar de três a desasseis meses. As fêmeas podem dar à luz uma só cria, uma vez cada cinco anos. Nos grupos sociais analisados, os nascimentos podem ocorrer em qualquer época do ano, havendo uma certa preferência pelo inverno. A mortalidade dos recém-nascidos é elevada - os resultados de uma investigação sugerem que cerca de metade das crias morrem antes de atingir os seis meses. Os filhotes são amamentados até aos dois anos de idade, mas com doze meses já se alimentam de comida sólida. As fêmeas são férteis até aos 40 anos, o que, em média, significa que podem ter até cinco crias. A esperança de vida das fêmeas é, geralmente, de cinquenta anos, ainda que em casos excepcionais possam viver até aos noventa anos. Os machos tornam-se sexualmente activos com 15 anos de idade e chegam a viver até aos 30 anos (ou até aos 50, em casos excepcionais).

Distribuição geográfica

Distribuição geográfica da espécie (a azul).

A orca é o segundo mamífero com maior área de distribuição geográfica no planeta, logo a seguir ao ser humano. Encontram-se em todos os oceanos e na maior parte dos mares, incluindo (o que é raro, para os cetáceos) o mar Mediterrâneo e o mar da Arábia. As águas mais frias das regiões temperadas e das regiões polares são, contudo, preferidas. Ainda que se encontrem por vezes em águas profundas, as áreas costeiras são geralmente preferidas aos ambientes pelágicos.

Existem populações de orcas particularmente concentradas na zona nordeste da Bacia do Pacífico, onde o Canadá faz curva com o Alasca, ao longo da costa da Islândia e na costa setentrional da Noruega. São frequentemente avistadas nas águas antárcticas, acima do limite das calotas polares. De facto, crê-se que se aventuram abaixo da calota de gelo, sobrevivendo apenas com o ar presente em bolsas de ar situadas abaixo do gelo, tal como faz a beluga. No Ártico, contudo, a espécie é raramente avistada no inverno, não se aproximando da calota polar, visitando estas águas apenas no verão.

A informação sobre outras regiões é escassa. Não existe uma estimativa para a população global total. Estimativas locais indicam cerca de 70 a 80 000 na Antárctida; 8 000 no Pacífico tropical (ainda que as águas tropicais não sejam o ambiente preferido destes animais, a grande dimensão desta área oceânica - 19 milhões de quilómetros quadrados - significa que poderão aí viver milhares de orcas); cerca de 2 000 junto ao Japão; 1 500 nas águas mais frias do nordeste do Pacífico e 1 500 junto à Noruega. Se juntarmos os dados de estimativas menos precisas sobre áreas menos investigadas, a população total poderá ascender aos 100 000.

Interação social

As orcas emergem frequentemente o seu corpo da água, num movimento designado pelo termo em inglês spyhopping - uma espreitadela cujo significado os cientistas ainda discutem.

As orcas têm um sistema social de agrupamento bastante complexo. A unidade básica é a linha matriarcal que consiste numa única fêmea, mais velha, e os seus descendentes. Os filhos e filhas da matriarca fazem parte desta linha, tal como os filhos e filhas destas últimas filhas - contudo, os filhos e filhas de qualquer um dos filhos passarão a viver com a linha matriarcal das suas companheiras de acasalamento) - e assim sucessivamente, ao longo da árvore genealógica destes animais. Como as fêmeas podem viver até cerca de noventa anos, não é raro encontrar quatro ou mesmo cinco gerações de orcas a viver na mesma linha. Estes grupos matrilineares são muito estáveis e mantêm-se durante anos. Os seus elementos apenas os abandonam, nunca mais de algumas horas, com o fim de procurar alimento ou acasalar. Não há registo de nenhuma expulsão de um indivíduo destes grupos. O tamanho médio de uma linha matriarcal é de cerca de nove animais, segundo as estatísticas efectuadas junto às orcas do Pacífico nordeste.

As linhas matriarcais têm alguma tendência a juntarem-se a outras, de forma a constituírem grupos (em inglês utiliza-se o substantivo colectivo "pod" que não tem correspondente em português, para conjunto de "baleias", a não ser a palavra "baleal", proposta pelo dicionário Houaiss, que, na falta de outro termo - já que cardume, ou mesmo manada, apesar de também serem usados, parecem ainda mais impróprios - será usado neste artigo, tendo em conta, contudo, que as orcas não são baleias) que têm, em média, cerca de 18 indivíduos. Os membros de um "baleal" partilham do mesmo dialecto (os sons distintivos da espécie), havendo indícios de que são todos aparentados pelo lado materno. Ao contrário das linhas matriarcais, os baleais podem separar-se nas linhas que os constituem por vários dias ou semanas, em busca de comida, até voltarem a juntar-se. O maior baleal registado tinha 49 membros.

O próximo nível de organização dos grupos de orcas é o "clã", que consiste na reunião dos vários baleais com dialectos semelhantes. Novamente, verifica-se que as relações entre os vários baleais têm um fundamento genealógico, por linha materna. Vários clãs podem partilhar a mesma área geográfica. Há registo de baleais de clãs diferentes viajando em conjunto. Quando baleais residentes se juntam para viajarem como um clã, há um ritual de reconhecimento, com saudações que consistem em colocarem-se em linhas paralelas semelhantes, antes de se misturarem por completo.

O último nível de associação é a comunidade que pode ser definida, vagamente, como o conjunto de clãs que se unem regularmente. As comunidades não partilham, contudo, quaisquer padrões familiares vocais discerníveis.

No nordeste do Pacífico conseguiu-se identificar três comunidades:

  • A comunidade meridional (1 clã, 3 baleais e 83 orcas em 2000)
  • A comunidade setentrional (3 clãs, 16 baleais e 214 orcas em 2000)
  • A comunidade do Sul do Alasca (2 clãs, 11 baleais e 211 orcas em 2000)

Deve-se enfatizar que estas hierarquias são apenas válidas para grupos sedentários ou residentes. Grupos nómadas, caçadores de mamíferos, são, na generalidade, menores porque, ainda que se baseiem em linhas matriarcais, nota-se uma maior tendência dos machos para levarem uma vida isolada. Contudo, grupos nómadas mantém uma vaga coesão definida pelos seus dialectos.

O comportamento quotidiano das orcas é, geralmente, dividido em quatro actividades básicas: busca de alimento, viagem, descanso e socialização. Esta última costuma ser acompanhada de comportamentos entusiásticos, exibindo vários tipos de saltos e arremessos do corpo, espreitadelas sobre a água, além de baterem com as barbatanas na água e erguerem a cabeça. Grupos constituídos apenas por machos interagem, frequentemente, com os pénis erectos. Não se sabe se este género de interacção é um comportamento apenas lúdico ou se comporta manifestações de afirmação de papéis de dominação.

Alimentação

Crânio de uma orca onde se pode observar a sua dentição, adaptada a um regime alimentar essencialmente carnívoro.

As orcas utilizam na sua alimentação uma grande diversidade de presas diferentes. Populações específicas têm tendência a especializar-se em presas específicas, mesmo com o prejuízo de ignorarem outras presas em potência. Por exemplo, algumas populações do mar da Noruega e da Gronelândia são especializadas no arenque, seguindo as rotas migratórias deste peixe até à costa norueguesa, em cada outono. Outras populações preferem caçar focas.

A orca é o único cetáceo que caça regularmente outros cetáceos. Há registos de vinte e duas espécies de cetáceos caçadas por orcas, seja pelo exame do conteúdo do estômago, seja pela observação das cicatrizes no corpo de outros cetáceos ou, simplesmente, pela observação do seu comportamento alimentar. Baleais de orcas chegaram mesmo a atacar baleias comuns, baleias-de-minke, baleias-cinzentas ou, mesmo, jovens baleias-azuis. Neste último caso, os grupos de orcas perseguem a cria de baleia azul, em conjunto com a sua mãe, até ao esgotamento de ambas. Por vezes conseguem separar o par. De seguida, rodeiam a jovem baleia, impedindo-a de subir à superfície onde esta precisa de tomar ar para respirar. Assim que a cria morre afogada, as orcas podem alimentar-se sem problemas.

Há também um caso registado de provável canibalismo. Um estudo levado a cabo por V. I. Shevchenko nas áreas temperadas do Sul do Pacífico em 1975 registou a existência de restos de outras orcas no estômago de dois machos. Das 30 orcas capturadas e examinadas nesta pesquisa, 11 tinham o estômago completamente vazio. Uma percentagem invulgarmente alta que indicia que o canibalismo foi forçado, devido à falta extrema de alimento.

Mais frequentemente, contudo, as orcas predam cerca de 30 espécies diferentes de peixes, nomeadamente o salmão (incluindo salmão-real e salmão-prateado), arenques e atum. O tubarão-frade, o tubarão-galha-branca-oceânico e, com apenas um caso documentado, um jovem tubarão-branco, são também caçados pelos seus fígados altamente nutritivos, acreditando-se também que são caçados no sentido de eliminar ao máximo a competição. Outros mamíferos marinhos, incluindo várias espécies de focas e leões marinhos são também procurados pelas populações que vivem nas regiões polares. Morsas ou lontras marinhas são também caçadas, mas menos frequentemente. A sua dieta inclui ainda sete espécies de aves, incluindo todas as espécies de pinguins ou aves marinhas, como os corvos-marinhos. Alimentam-se também de cefalópodes, como o polvo ou lulas.

As orcas são muito inventivas, e de uma crueldade brincalhona impressionante nas suas matanças. Por vezes, atiram focas umas contra as outras, pelo ar, de modo a atordoá-las e matá-las. Enquanto que os salmões são, geralmente, caçados por uma orca isolada ou por pequenos grupos, os arenque são muitas vezes apanhados pela técnica da captura em carrossel: as orcas forçam os arenques a concentrarem-se numa bola apertada, cercando-os e assustando-os soltando bolhas de ar ou encandeando-os com o seu ventre branco. As orcas batem, então, com os lobos da cauda sobre o grupo arrebanhado, atordoando ou matando cerca de 10 a 15 arenques com cada pancada. A captura em carrossel só foi documentada na população masculina de baleias orca de Tysfjord (Noruega) e no caso de algumas espécies oceânicas de golfinhos. Os leões marinhos são mortos por golpes de cabeça ou pancadas com os lobos da cauda.

Outras técnicas mais especializadas são utilizadas por várias populações no mundo. Na Patagónia, as orcas alimentam-se de leões marinhos dos sul e crias de elefantes marinhos, forçando as presas a dar à costa, mesmo correndo o risco de elas mesmas ficarem, temporariamente, em terra. As orcas observam o que se passa à superfície, através de um comportamento designado de spyhopping, que lhes permite localizar focas a descansar sobre massas de gelo flutuante. A técnica consiste em criar uma onda que obrigue o animal a cair à água, onde outra orca o espera, para o matar.

Em média, uma orca come cerca de 60 kg de comida por dia. Com uma tal variedade de presas e sem outros predadores que não o homem, é um animal bem no topo na cadeia alimentar.

Sons

As orcas, como esta, observada no Alasca, conseguem arremessar totalmente o seu corpo para fora de água.

Tal como os outros golfinhos, as orcas são animais com um comportamento vocal complexo. Produzem uma grande variedade de estalidos e assobios usados em comunicação e ecolocalização. Os tipos de vocalização variam com o tipo de actividade. Naturalmente que, enquanto descansam, emitem menos sons, ainda que façam ocasionalmente um chamamento bem distinto daqueles que usam num comportamento mais activo.

Os baleais sedentários têm uma maior tendência para a vocalização que os grupos nómadas. Os cientistas indicam duas razões principais para este facto. Em primeiro lugar, as orcas residentes mantêm-se no mesmo grupo social por muito mais tempo, desenvolvendo, assim, relações sociais mais complexas - o que implica também um maior desenvolvimento local e uma maior partilha de sons próprios do grupo. Os grupos nómadas, como ficam juntos por períodos mais passageiros (algumas horas ou dias), comunicam também menos. Em segundo lugar, as orcas nómadas têm maior tendência para se alimentarem de mamíferos, ao contrário das orcas residentes, que preferem peixes. As orcas predadoras de mamíferos necessitam, naturalmente, de passar despercebidas pelos animais que pretendem apanhar de surpresa. Usam por isso, apenas estalidos isolados (o chamado "estalido críptico") para ecolocalização, em vez da longa série de estalidos observada noutras espécies.

Os grupos residentes apresentam dialectos regionais. Cada baleal tem as suas próprias "canções" ou conjuntos de assobios e estalidos que são constantemente repetidos. Cada membro do baleal parece conhecer todo o repertório do grupo, de forma que não é possível identificar especificamente um animal apenas pela sua voz - é apenas possível identificar o grupo dialectal. Uma canção pode ser específica de um grupo ou partilhada por vários. O grau de semelhança nas vocalizações de dois grupos distintos parece estar mais relacionada com a proximidade genealógica dos dois grupos que com a proximidade geográfica. Dois grupos que partilhem um conjunto de ancestrais comuns mas que vivam em locais distantes continuarão a ter um repertório de canções muito semelhante. Isto sugere que as canções passem de mãe para filho durante o período de amamentação.

Ficheiros áudio

"Canção" de uma orca.
Uma "canção" de orca, ouvida à distância.
Vocalizações de um grupo de baleias assassinas sedentárias.

As orcas na história

Ainda que só tenham sido classificadas como espécie em 1758, a orca já era conhecida pelo ser humano desde tempos pré-históricos. A cultura desértica de Nazca foi responsável pela representação de uma orca, desenhada pelas famosas linhas de Nazca, numa data indeterminada entre 200 a.C. de 600 d. C.

A primeira descrição escrita de uma orca foi da autoria de Plínio, o Velho, na sua História Natural, escrita cerca de 50 a.C.. A aura de invencibilidade, ligada a uma imagem voraz da orca, estava já bem estabelecida por esta altura. Ao assistir à matança pública de uma baleia encalhada no porto de Roma, Plínio escreveu: "As orcas (cuja aparência não há imagem que consiga expressar, não era mais que uma enorme massa de carne selvagem com dentes) são inimigas das outras baleias... Atacam-nas e rasgam-lhes a carne como navios de guerra em golpes bélicos."

Tribos aborígenes do Noroeste do Pacífico da América do Norte, como a Tlingit, Haida, e Tsimshian destacam com frequência a orca na sua religião e artesanato.

As orcas e o homem moderno

Orcas nadando na enseada do Príncipe Guilherme junto à costa do Alasca.

Caça

As orcas tornaram-se alvo da caça à baleia comercial a partir de meados do século XX devido ao esgotamento das reservas de espécies de maior porte. Esta actividade teve um final abrupto em 1981 com a implementação de uma moratória internacional sobre a caça à baleia. Ainda que de um ponto de vista taxonómico a orca seja mais um golfinho que uma baleia, o seu tamanho justifica a sua inclusão entre as espécies protegidas pela Comissão internacional para a caça da baleia.

O país que mais orcas caçava era a Noruega que capturou, em média, 56 animais por ano, de 1938 a 1981. O Japão capturou, também em média, 43 orcas por ano, de 1946 a 1981. (não há dados fiáveis sobre os anos de guerra, mas supõe-se que tenham sido caçados menos exemplares). A União Soviética caçava uma pequena quantidade de animais todos os anos no Antárctico, à excepção de uma época extraordinária de caça, ocorrida em 1980, durante a qual se capturaram 916 orcas.

Hoje em dia, não é realizada caça substancial à espécie. O Japão captura alguns indivíduos quase todos os anos, no âmbito de um programa de "pesquisa científica" controverso. É prosseguido um nível de captura igualmente baixo pela Indonésia e Gronelândia. Além de caçadas para servirem de alimento humano, as orcas são também mortas porque alguns defendem que entram em competição com os pescadores. Na década de 1950, a Força Aérea dos Estados Unidos da América, a pedido do Governo da Islândia, usou bombas e armas de fogo na chacina de grupos de orcas nas águas da Islândia, sob esse mesmo pretexto. A operação foi considerada um êxito pelos pescadores e pelo governo islandês. Opositores desta medida, contudo, afirmaram que a queda nas reservas de peixe se deve à pesca excessiva por parte do ser humano. Este debate continua sem que cada parte aceite ceder terreno à outra.

As orcas são ainda, ocasionalmente, mortas devido ao medo que a sua reputação provoca. Ainda que nenhum ser humano tenha sido atacado por uma orca em liberdade, os marinheiros do Alasca matam-nas com o intuito de protegerem-se. Este medo tem vindo a ser dissipado nos últimos anos devido a uma melhor informação das populações em relação à espécie, além da popularidade que estes animais têm em aquários e outras atracções turísticas afins.

Cativeiro

A inteligência das orcas, a facilidade em treiná-las, a sua aparência impressionante, o seu comportamento brincalhão em cativeiro e o seu tamanho anormalmente grande torna-as um animal bastante popular como exibição em aquários e em espectáculos aquáticos, como em parques temáticos. A primeira captura e exibição de uma orca teve lugar em Vancouver, em 1964. Nos 15 anos seguintes, cerca de sessenta ou setenta orcas foram retiradas das águas do Pacífico com este fim. No final dos anos 70, e na primeira metade da década de 1980, as águas da Islândia eram a origem de muitos dos animais capturados - nos cinco anos antes de 1985, capturaram-se aí 50 orcas. Desde essa altura que as orcas são criadas desde nascença em cativeiro, sendo raras os espécimes selvagens nestas condições. O cativeiro pode, contudo, levar ao desenvolvimento de determinadas patologias como o colapso da barbatana dorsal, verificada em 60 a 90% dos machos cativos.

Já ocorreram alguns ataques ou acidentes com orcas em cativeiro, envolvendo seres humanos. Em 1991, um grupo de orcas foi responsável pela morte de uma treinadora, Keltie Byrne, em Sealand, Victoria, na Colúmbia Britânica (onde os empregados não estavam autorizados a permanecer na água com as orcas). Crê-se que esta morte tenha sido provocada pelo facto de as orcas não se aperceberem que o ser humano não é capaz de sobreviver debaixo de água, pelo que se julga que se trata apenas de um comportamento brincalhão, mas trágico. O mesmo se acredita que tenha acontecido em 1999, no parque SeaWorld em Orlando, Florida, onde uma orca terá alegadamente matado um turista que entrou de forma subreptícia na piscina, durante a noite. Há quem acredite que o mesmo possa ter morrido de hipotermia. No final de Julho de 2004, durante um espectáculo no parque SeaWorld, em San Antonio, Texas, uma orca empurrou o seu instrutor (depois de dez anos de convívio entre os dois) para debaixo de água, impedindo-o de atingir a borda da piscina. Só depois alguns minutos de angústia é que os seus colegas o conseguiram salvar.

Outro incidente trágico envolvendo orcas ocorreu em Agosto de 1989, quando uma fêmea dominante, Kandu V, se atirou a uma orca recém-chegada, Corky II, mordendo-a durante um espectáculo aquático. Corky II tinha sido trazida da Marineworld, na Califórnia apenas alguns meses antes do acidente. De acordo com testemunhos, ouviu-se uma dentada sonora ao longo do estádio. Ainda que os treinadores tenham tentado continuar o espectáculo, a dentada provocou a fragmentação do maxilar da orca atacante, provocando o corte de uma artéria que começou a jorrar sangue. Depois de evacuada a multidão de espectadores e depois de uma hemorragia de cerca de 45 minutos, Kandu V morreu. Os opositores deste género de espectáculo referem frequentemente estes incidentes nas suas críticas e argumentos para a sua abolição.

A SeaWorld continuou implicada em várias práticas criticadas por movimentos a favor dos direitos dos animais, como a manutenção de orcas capturadas no meio selvagem. A associação Born Free Foundation criticou este empreendimento por manter em cativeiro, após vários anos, a orca Corky II, que queriam devolver à sua família no grupo (baleal) A5 Pod — na Colúmbia Britânica, no Canadá.

Cultura popular

Até ao final da década de 1970, as orcas eram apresentadas de forma negativa na ficção, como predadores ferozes que os heróis da história tinham de enfrentar para salvar as presas. O exemplo mais extremo talvez seja um filme que teve, aliás, pouca aceitação do público: OrcaJaws - Tubarão, de Steven Spielberg). onde se descreve a história de uma orca que se decide vingar dos seres humanos responsáveis pela morte do seu companheiro (a história remete de imediato para o argumento de

Contudo, a pesquisa sobre a vida destes animais e a sua popularidade nos espectáculos aquáticos reabilitou quase por completo a imagem pública da espécie. De facto, o público rapidamente concedeu a este animal o estatuto de um respeitável e nobre predador, o que não aconteceu, por exemplo, com outros predadores, como o lobo, que continua a ter uma posição menos favorecida no imaginário popular.

O filme Free Willy (Libertem Willy, em Portugal) (de 1993) focou, com algum sucesso, a luta pela libertação de uma orca cativa. A baleia assassina (um macho) usada nas filmagens, Keiko, era originária de águas islandesas. Depois da sua reabilitação no Oregon Coast Aquarium em Newport, Oregon, voltou para os países nórdicos, no seu habitat natural, ainda que se mantivesse dependente dos seres humanos, até à sua morte, em Dezembro de 2003.

Ameaças ambientais

Exxon Valdez: as marés negras provocadas pelos petroleiros estão entre as principais ameaças para as orcas.

O derramamento de crude do petroleiro Exxon Valdez teve um efeito particularmente adverso na população de orcas do Alasca. Um dos grupos de orcas foi apanhado pelo derrame. Ainda que tenha consigo nadar para águas limpas, onze membros do baleal (cerca de metade) morreram nos dias e semanas seguintes. O derramamento teve outros efeitos a longo prazo, ao reduzir a quantidade disponível de presas necessárias para a alimentação. Em dezembro de 2004, cientistas da North Gulf Oceanic Society comprovou que o grupo AT1, agora apenas com sete membros, estava afectado por alguma forma de esterilidade, já que falhou, desde então, qualquer tentativa de reprodução. Espera-se que a sua população decresça até à sua extinção.

Tal como outros animais de níveis tróficos mais elevados da cadeia alimentar, a orca é particularmente susceptível ao envenenamento pela acumulação de bifenil policlorado (ou PCBs) no corpo. Uma pesquisa efectuada sobre orcas residentes ao longo da costa de Washington demonstra que os níveis de PCB são mais elevados nestes animais que os níveis encontrados em espécimes de foca-comum na Europa, envenenados e com a sua saúde gravemente afectada por este produto químico. Contudo, não há qualquer evidência de doença nas orcas, ainda que se suponha que tenha efeitos, por exemplo, na taxa de reprodução que poderá decrescer no futuro.

As orcas são obrigadas a enfrentar outras ameaças ambientais, como a indústria turística que, através da organização extensiva de actividades de observação de baleias, parece ter efeito em algumas mudanças comportamentais destes animais. Foi também provado que ruídos de elevada intensidade em navios têm modificado a frequência dos cantos e chamamentos específicos da espécie.

FOCAS

As focas são mamíferos da família Phocidae, super-família Pinnipedia, adaptadas à vida marinha. O corpo de uma foca é hidrodinâmico, semelhante a um torpedo, com os membrosnadadeira. Outro detalhe interessante é que as focas não possuem orelhas, o que as distingue da família Otariidae (leões marinhos). Todas essas características fazem das focas excelentes nadadoras, mas em contrapartida as focas não tem habilidade em terra firme sendo presas fáceis para ursos polares e caçadores. posteriores e anteriores em forma de

Focas

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Carnivora
Superfamília: Pinnipedia
Família: Phocidae

As focas são carnívoras e alimentam-se de peixes e cefalópodes. Geralmente, reproduzem-se em colónias.

Principal

As focas possuem em torno de 1,70 de comprimento, pesam de 80 a 100 kg e o período de reprodução é entre fevereiro e maio. Localizam-se no pólo Norte e são excelentes nadadoras. Suas orelhas são internas e possuem poucos pelos no corpo, sendo que eles são grossos e curtos, tendo a coloração cinza ou marrom escuro. As focas são capazes de fechar as narinas embaixo d'água enquanto procuram comida. Geralmente os adultos machos medem aproximadamente 2m de extensão.As focas são mamíferos aquáticos.

Taxonomia

Subordem Pinnipedia

PINGUINS

O pingüim (PB) ou pinguim (PE) (AO 1990: pinguim) é uma ave da família Spheniscidae, não voadora, característica do hemisfério Sul, em especial na Antárctida e ilhas dos mares austrais, chegado à Terra do Fogo, Ilhas Malvinas e África do Sul, entre outros. Apesar da maior diversidade de pingüins se encontrar na Antártida e regiões polares, há também espécies que vivem nos trópicos como por exemplo nas Ilhas Galápagos. A morfologia dos pingüins reflete várias adaptações à vida no meio aquático: o corpo é fusiforme; as asas atrofiadas desempenham a função de barbatanas e as penas são impermeabilizadas através da secreção de óleos. Os pingüins alimentam-se de pequenos peixes, krill e outras formas de vida marinha, sendo por sua vez vítimas da predação de orcas e focas-leopardo.

Pinguins

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Sphenisciformes
Família: Spheniscidae
Géneros

Aptenodytes
Eudyptes
Eudyptula
Megadyptes
Pygoscelis
Spheniscus

Os primeiros pingüins apareceram no registo geológico do Eocénico.

O pingüim é uma ave marinha e excelente nadadora. Chega a nadar com uma velocidade de até 45 km/h e passa a maior parte do tempo na água.

Como membros da família Spheniscidae, os pinguins pertencem à ordem Ciconiiformes. Em sistemas classificativos anteriores, o grupo era considerado como ordem separada (Sphenisciformes).

Aspectos biológicos

Anatomia

Pinguins são muito adaptados a vida marinha, as asas vestigiais são inúteis para vôo no ar, na água são muito ágeis. Na terra os pinguins usam as caudas e asas para manter o equilíbrio na postura ereta.

Todos os pinguins possuem uma coloração por contraste para camuflagem (vistos ventralmente a cor branca confunde-se com a superfície refletiva da água, visto dorsalmente a plumagem preta os torna menos visíveis na água).

Possuem uma camada isolante que ajudam a conservar o calor corporal na água gelada antártica. O Pinguim-imperador possui a maior massa corporal de todos os pinguins, o que reduz ainda mais a área relativa e a perda de calor. Eles também são capazes de controlar o fluxo de sangue para as extremidades, reduzindo a quantidade de sangue que esfria mas evitando as extremidades de congelar. Eles frequentemente agrupam-se para conservar o calor e fazem rotação de posições para que cada pingüim disponha de um tempo no centro do bolsão de calor.

Eles podem ingerir água salgada porque as glândulas supraorbitais filtram o excesso de sal da corrente sanguínea.[1][2] O sal é excretado em um fluido concentrado pelas passagens nasais.

Alimentação

A dieta dos pingüins dos géneros Aptenodytes, Megadyptes, Eudyptula e Spheniscus consiste principalmente em peixes. O género Pygoscelis fundamentalmente de plâncton. A dieta do género Eudyptes é pouco conhecido, mas acredita-se que muitas espécias alimentam-se de plâncton. Em todos os casos a dieta é complementada com cefalópodes e plâncton.

Reprodução

Há espécies de pinguins cujos pares reprodutores acasalam para toda a vida enquanto que outros fazem-no apenas durante uma época de reprodução. Normalmente, os progenitores cooperam nos cuidados com os ovos e com os juvenis. A forma do ninho varia, segundo a espécie de pingüim: alguns cavam uma pequena fossa, outros constroem o ninho com pedras e outros utilizam uma dobra de pele que possuem ventralmente para cobrir o ovo. Normalmente, o macho fica com o ovo e mantém-no quente, e a fêmea dirige-se para o mar com vista a encontrar alimento. Quando no seu regresso, o filhote terá alimento e então os papéis invertem-se: a fêmea fica em terra e o macho vai à procura de alimento.

Espécies

Gêneros extintos


MORSA
Morsa
Grande morsa no gelo, Alaska
Grande morsa no gelo, Alaska
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Carnivora
Família: Odobenidae
Género: Odobenus
Espécie: O. rosmanus
Nome binomial
Odobenus rosmanus
( Lineu, 1758)
Distribuição geográfica
Ocorrencia = Azul
Ocorrencia = Azul
subespécie

O. rosmarus rosmarus
O. rosmarus divergens

A morsa é um animal que vive nas águas do Ártico. Pode medir até 4 metros de comprimento. Seu peso pode ultrapassar uma tonelada (as maiores passam da 1,6 toneladas).

As morsas possuem uma pele enrugada e áspera que vai se tornando cada vez mais espessa ao longo de sua vida (15 a 30 anos). Para nadar usam a nadadeira caudal. Deslocam-se mal em terra, utilizando as nadadeiras anteriores e andando quase aos saltos. Seu focinho tem um sólido bigode e dois enormes caninos ou presas que podem chegar a 1 metro de comprimento. As presas são usadas para arrancar moluscos e caranguejos do fundo do mar desgastando-se ao longo dos anos. As morsas são caçadas pelo marfim dessas presas.



























LEÃO MARINHO

O leão-marinho é um mamífero que vive em regiões de baixas temperaturas e alimenta-se principalmente de peixes (como o cherne, capefish etc) e de moluscos.

Leão-marinho
Leões-marinhos na costa do chile.
Leões-marinhos na costa do chile.
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Carnivora
Superfamília: Pinnipedia
Família: Otariidae
Subfamília: Otariinae
Género: Otaria
Espécie: O. flavescens
Nome binomial
Otaria flavescens

Os leões-marinhos receberam este nome pois os machos adultos possuem uma pelagem diferente da das fêmeas: eles tem uma espécie de juba, como os leões.Além disso, como eles têm um rugido grave, acabaram sendo chamados de leão.

A gestação de uma leoa-marinha dura em torno de 12 meses.Os filhotes chegam a medir 40 cm e, pelo fato de nascerem em terra, só aprendem a nadar depois de 2 meses de vida.

Os leões-marinhos já estiveram muito próximos da extinção. Entre 1917 e 1953, mais de meio milhão desses animais foi abatido por caçadores em busca de sua gorduracouro, usado sobretudo na confecção de casacos. Com a proibição da caça, esses animais, que chegam a pesar 300 quilos e a atingir 3 metros de comprimento(fêmea 140 kg e os machos 300 kg), começaram a se recuperar. Mesmo assim, ainda sofrem com a poluição das águas e, principalmente, com a pesca realizada com redes. e de seu

Existem várias espécies de leões marinhos, algumas espécies são domesticadas pelos jardins zoológicos de todo o mundo para realizarem espetáculos de animação. Leão marinho da Patagónia, e Leão marinho da Califórnia são exemplos de espécies que se podem domesticar.

O seu maior predador é o homem, a seguir as baleias, e logo depois os tubarões.

Na época do acasalamento, os machos lutam com outros machos por um churros.


"Se você sabe de algum animal polar que não esteja aqui, por favor deixe um comentário com o nome desse animal que posto algo sobre ele"

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