Anfibios

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Introdução

Os anfíbios são animais que se caracterizam por ter duas formas de vida: a fase larval e a fase adulta.
Em geral, a primeira fase desses animais é de vida aquática e, assim como os peixes respiram por brânquias. Ao longo dessa fase, eles desenvolvem patas e a respiração torna-se pulmonar ou cutânea (através da pele), fazendo com que possam viver tanto na água, quanto em terra firme.
São animais de pele fina e úmida e não possuem pelos ou escamas.
Os anfíbios existem há mais de 350 milhões de anos e foram os primeiros animais a apresentar musculatura para se sustentar fora da água.
Os anfíbios são agrupados em três ordens, com ampla distribuição geográfica na terra: De acordo com a literatura são conhecidas 5.500 espécies e a anfibiofauna da América do Sul é a mais rica do planeta, com aproximadamente 1.740 espécies, distribuídas por 140 gêneros e 16 famílias. No Brasil são atualmente conhecidas 517 espécies de anfíbios.


Sapo Cururu

Nome científico: Bufos spp
Classe: Amphibia
Superordem: Salienta
Ordem: Procoela
Família: Bufonidae
Habitat: Matas tropicais
Hábitos: noturnos
Nome popular: Sapo cururu

Características: O sapo cururu é o mais comum na fauna brasileira. Possui duas glândulas de veneno na parte posterior da cabeça que, quando acionadas, espirram um líquido de odor desagradável. O predador que ingerir esse veneno, certamente morrerá, pois é altamente tóxico.
Os machos são menores que as fêmeas. Medem cerca de 140 mm enquanto as fêmeas medem 170 mm.
O período de reprodução é no início da primavera. Os ovos são postos em fileiras e podem alcançar até
5 m de comprimento.Os girinos nascem dez dias depois, que passam por uma série de mudanças ao longo do seu desenvolvimento até se transformar em sapinhos.
Alimentam-se de insetos, camundongos, cobras e caracóis.


Nome científico: Rana pipiens
Classe: Anphibia
Superordem: Salientia
Ordem: Diplasiocoela
Família: Ranidae
Nome popular: Rã comum

Características: As rãs são animais mais aquáticos de pele fina e úmida, patas fortes e dedos longos. Em geral, alimentam se de caramujos, lesmas e insetos. As rãs comuns não possuem muitos meios de defesa e são presas fáceis de peixes carnívoros, aves pernaltas e cobras. A reprodução começa no fim do inverno, logo após a ibernação. A fêmea põe de 2.000 a 3.000 ovos. As rãs também são muito cobiçadas pelos seres humanos por causa de sua carne, que é muito saborosa.


Perereca

Nome científico: Osteocephalus Taurinus
Classe: Amphibia
Superordem: Salientia
Ordem: Diplaciocoela
Família: Polypedatidae
Nome popular: Pererecas

Características: São pequenas e mais coloridas que as rãs e os sapos. Possuem pele lisa e dedos compridos e uma espécie de adesivo nas pontas dos dedos que permitem se fixar em galhos de árvores. Podem saltar até dois metros de altura.


Salamandra de fogo

Nome científico: Salamandra salamandra terrestris
Classe: Amphibia
Ordem: Caudatas
Família: Salamandridae
Habitat: Regiões arborizadas
Hábitos: Noturnos
Nome popular: Salamandra de fogo

Características: As lavas são aquáticas e se tornam terrestres quando adultas. Sua pele tem coloração preta e amarela. Medem entre 140 e 200 milímetros.
Possui glândulas excretoras na parte de trás da cabeça e seu veneno é altamente tóxico.
A reprodução ocorre na primavera. Os ovos se desenvolvem no órgão genital da fêmea e nascem dentro d’água. Na fase adulta, as salamandras perdem a capacidade de viver dentro da água.
Existem várias subespécies de salamandras que se diferem entre cores e tamanhos. Vivem principalmente na Europa e norte da África.


Tritão

Nome científico: Triturus Alpestris
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Subordem: Salamandroida
Família: Salamandridae
Nome popular: Tritão

Características: O Tritão tem a pele lisa e coberta por um muco venenoso que, além de proteger contra predadores, mantém sua umidade. Medem entre 8 e 14 centímetros.
As larvas são vegetarianas e conforme seu crescimento se torna carnívora. Na fase adulta se alimentam de insetos, vermes, crustáceos e moluscos.
A reprodução acontece na primavera. Nessa fase, o macho desenvolvem membranas natatórias nos pés e uma espécie de crista no dorso, que somem assim que termina a fase do acasalamento.
Vivem até 18 anos.


Proteu

Nome científico: Proteus Anguineus
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Poteidae
Nome popular: Proteu

Características: Tem o corpo alongado e possui duas brânquias vermelhas que parecem pernas. Mede entre 20 e 30 centímetros. Possui dois minúsculos olhos quando nascem que, depois de três meses penetram na pele e desaparecem.
O proteu é um anfíbio subterrâneo e parente próximo da Salamandra. Passa toda sua vida como larva.
A reprodução é semelhante a da salamandra, mas não há acasalamento. O macho produz um ‘saco de esperma’ que é colhido pela fêmea. Os ovos se fecundam a medida que são postos.
Alimentam-se de camarões de água doce e resíduo de animais.


Pequena lista de anfibios

Nome popular Nome científico
Botão-de-ouro, pingo-de-ouro Brachycephalus ephippium
Cobra-cega Siphonops paulensis
Perereca Hyla albopunctata
Perereca Hyla cf. berthae
Perereca Hyla elongata
Perereca Hyla fuscomarginata
Perereca Hyla hayii
Perereca Hyla minuta
Perereca Hyla nana
Perereca Hyla prasina
Perereca Hyla sanborni
Perereca Hyla cf. similis
Perereca Hyla sp. (afim de circumdata)
Perereca-de-banheiro, raspa-cuia Scinax fuscovaria
Perereca-do-inverno Hyla hiemalis
Pingo-de-ouro Bufo brachyurus
Leptodactylus furnarius
Leptodactylus labirinthicus
Leptodactylus notoaktites
Leptodactylus pentadactylus
Physalaemus centralis
Physalaemus fuscomaculatus
Rã-assobiadora Leptodactylus fuscus
Rã-cachorro, foi-não-foi Physalaemus cuvieri
Rã-d'água, rã-paradoxal Pseudis paradoxa
Rã-da-mata Eleutherodactylus binotatus
Rã-das-cachoeiras Hylodes cf. ornatus
Rã-estriada Leptodactylus mystacinus
Rã-manteiga, rã-paulistinha, rã-mirim Leptodactylus cf. ocellatus
Rã-pimenta Leptodactylus labyrinthicus
Rãzinha Adenomera bokermanni
Rãzinha Eleutherodactylus guentheri
Rãzinha Pseudopaludicola cf. falcipes
Rãzinha Pseudopaludicola saltica
Rãzinha-do-capim Eleutherodactylus juipoca
Sapo Bufo crucifer
Sapo Elachistocleiscf.ovalis
Sapo, cururu Bufo ictericus
Sapo, cururu, sapo-boi Bufo paracnemis
Sapo-canoeiro, cunauaru Phrynohyas venulosa
Sapo-de-chifre, sapo-folha Proceratophrys boiei
Sapo-ferreiro, sapo-martelo, sapo-gameleiro Hyla faber
Sapo-guarda Elachistocleis ovalis

Características gerais

A análise de um ser da classe dos anfíbios exige a divisão de seu ciclo vital, devido a diferenças morfofisiológicas entre a fase aquática e a terrestre (adulta).

Quando jovens, a maioria das espécies de anfíbios vivem exclusivamente em ambiente aquático dulcícola, e sua estrutura corpórea é semelhante a de um alevino, realizando respiração branquial. A fase jovem, também conhecida como larval, é determinada do nascimento até a metamorfose do anfíbio, que lhe permitirá sair do ambiente aquático e fazer parte do ambiente terrestre. As larvas possuem cauda e até mesmo linha lateral como os peixes.

Já adultos, a dependência da água dos anfíbios jovens é superada parcialmente, e após a metamorfose estes animais podem deixar a água e viver em habitat terrestre. Apesar de pulmonados, os representantes dessa classe possuem uma superfície alveolar muito pequena, incapaz de suprir toda a demanda gasosa do animal. Portanto, como complemento à respiração pulmonar, os anfíbios realizam a respiração cutânea (trocas de gases através da pele), e para tanto possuem a pele bastante vascularizada e sempre umedecida.

A circulação nos anfíbios é dita fechada (o sangue sempre permanece em vasos), dupla (há o circuito corpóreo e o circuito pulmonar) e incompleta (já que há mistura do sangue venoso e artérial no coração). O coração do anfíbio apresenta apenas três cavidades: dois átrios, nos quais há chegada de sangue ao coração; e um ventrículo, no qual o sangue é direcionado ao pulmão ou ao corpo do animal.

O seu sistema excretor apresenta rins mesonéfricos que são ligados por ureteres à bexiga, que por sua vez está ligada à cloaca. Quando no estado larval o produto de sua excreção é a amônia, porém no estado adulto excretam uréia. Quanto a locomoção, os membros da ordem Anura são, em sua maioria, saltadores, as salamandras caminham e as cobras-cegas arrastam-se por contrações musculares. Na água são nadadores, sendo que quando na fase larval utilizam a cauda e quando adultas, as rãs utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais. As pererecas apresentam discos adesivos nos dedos, equivocadamente definidos como ventosas.

O sistema nervoso dos anfíbios tem como principal orgão o encéfalo. Apresentam boa visão, com exceção das cobras-cegas, e tato em toda superfície corporal. O seu sistema olfativo apresenta narinas e os órgãos de Jacobson, no teto da cavidade nasal. Em sua língua se encontram botões gustativos.

Alguns anfíbios podem ser venenosos, sendo que alguns deles estão inclusive entre os animais mais venenosos. Os sapos possuem uma glândula parotóide que produz veneno. Entretanto, este veneno é eliminado apenas quando a glândula é apertada. O manuseamento de anfíbios é normalmente seguro, desde que o veneno não entre na circulação sanguínea. Deve-se por isso lavar as mãos depois do contato com os animais.

Origem evolutiva

Salamandra salamandra

Estudos de fósseis sugerem que o grupo teria evoluído a partir dos peixes pulmonados de nadadeira lobada e servido de ancestral para os répteis, além de ser o primeiro vertebrado em habitat terrestre. Em relação aos peixes (seus antecessores) os anfíbios possuem maior independência da água, contudo ainda não representam seres verdadeiramente terrestres, tendo a necessidade de viver em locais úmidos mesmo quando adultos.

Os anfíbios surgiram no Devoniano e foram os primeiros animais terrestres. No Carbónico foram o grupo dominante.

Classificação

O termo Amphibia, como era utilizado na sistemática clássica, tinha status de classe e abrangia todos os tetrápodes que estivessem entre os peixes e os répteis. Romer (1966) subdividia essa classe em três subclasses:

Entretanto, parte das características utilizadas para a definição desses grupos eram primitivas, ou seja, simplesiomorfias.


Todos os anfíbios atuais pertencem a subclasse Lissamphibia que está dividida em três ordens:

    • Ordem Urodela (Caudata): tetrápodes com cauda e aspecto de lagarto. Ex.: Salamandras.
    • Ordem Anura: corpos curtos sem cauda. São tetrápodes com adaptação para o salto, a maioria apresenta metamorfose completa, mas alguns já saem dos ovos com a forma adulta, não apresentando metamorfose. Ex.:sapos, pererecas e rãs.
    • Ordem Gymnophiona (Apoda): anfíbios sem patas. Ex.: Cobras-cegas.

Reprodução

Gymnophiona no zoológico de San Antonio, Texas

Os anfíbios apresentam 39 modos reprodutivos distintos, sendo superados em diversidade de modos reprodutivos apenas pelos peixes.

No modo mais comum, a reprodução dos anfíbios está ligada à água doce, e ocorre sexuadamente por fecundação externa (exceto os Gymnophiona e duas espécies de rãs norte-americanas do gênero Ascaphus, que a realiza internamente), na qual a fêmea libera óvulos (ainda não fecundados) envoltos em uma massa gelatinosa e o macho então lança seus gâmetas sobre eles para que ocorra a fecundação. Os ovos formados ficarão em ambiente aquático lêntico (lagos, lagoas e represas) até o nascimento do girino, que captura seu alimento no meio ambiente.

Formas mais especializadas de reprodução incluem: girinos que possuem saco vitelínico, ovos colocados sobre a vegetação a vários metros do chão, ovos embebidos no dorso de fêmeas exclusivamente aquáticas, ovos carregados no dorso de machos ou de fêmeas até o nascimento dos girinos, girinos se desenvolvendo no interior do estômago das fêmeas, desenvolvimento direto, ovoviviparidade e viviparidade, entre outros. O desenvolvimento directo ocorre, por exemplo, no género Eleutherodactylus[2]

Como estão protegidos pela água, os ovos de anfíbios não possuem anexos embrionários adaptativos como o alantóide, sendo essa uma das características que difere a classe dos outros vertebrados terrestres.

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